sexta-feira

Visita

Um destes dias o Cara recebeu uma visita. Mais correctamente, em trânsito. A Coroa voltou à Floresta. Tinha saudades de uma viagem que fizera em tempos a uma Praia de que muito gostava. E ela sabia que o velho transporte - uma canoa do século passado, recuperada a preceito - estava de novo em funcionamento.

O Cara esperou por ela, sentado num muro baixo numa das ruas do burgo. Alí perto, o local onde se sentaram a beber os sumos.
(Foi nessa altura que o Cara começou a delirar. E a olhar para a Coroa, fascinado e cheio de medo. De pensar aquilo em que pensava. De sentir o que não queria sentir. Medo por saber que não podia pensar em nada, muito menos naquilo. Mas sentiu-se bem. Porque nada teve que dizer, a não ser que o tempo estava bom, alí fora a sua primeira escola, alí havia uma casa bonita, alí, alí...)
E passado pouco tempo (alguns minutos, uma eternidade?) lá foi acompanhá-la até ao cais. A canoa estava cheia mas ainda houve um espaço para a Coroa se instalar e partir de viagem até à praia de que muito gostava.